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Gostaria de saber quais os tipos de tratamentos para dependentes químicos?

Os principais tipos de tratamento disponíveis para dependência química são: médico; psicológico; grupos de auto-ajuda (como "Alcoólicos Anônimos" e "Narcóticos Anônimos"); e comunidades terapêuticas. Alguns pacientes se beneficiam mais de um determinado modelo de tratamento do que outros. Não existe uma forma de tratamento que seja universalmente a melhor. Um mesmo indivíduo pode tentar diferentes caminhos até encontrar o mais eficaz para si. De qualquer forma, a capacitação técnica dos profissionais envolvidos é essencial para obter-se resultados positivos. Os tratamentos que têm se mostrado mais eficazes, na maior parte dos casos, são aqueles que utilizam abordagens multiprofissionais.

Veja agora como é cada um deles:

Grupo de auto ajuda

Alcoólicos Anônimos (AA) e Narcóticos Anônimos (NA) são grupos de ajuda mútua formados por voluntários. Homens e mulheres dependentes de drogas se reúnem para discutirem seus problemas, dificuldades e sucessos. Os AA e outros movimentos (NA inclusive) tratam o alcoolismo e outras dependências baseando-se no princípio dos 12 passos. Um dos princípios mais valorizados por estes grupos é o anonimato. O serviço é gratuito.

Médico

Geralmente o médico procurado pelas pessoas que sofrem de problemas com álcool e outras drogas é um psiquiatra. Você pode perguntar: Psiquiatra? Um dependente então é louco? A resposta é muito simples. Muitas vezes o dependente de drogas sofre também de doenças psiquiátricas como: depressão, transtorno de ansiedade (fobia e pânico, por exemplo), hiperatividade... O psiquiatra é então o médico mais indicado para tratar dessas doenças. Inclusive, o tratamento destas ajuda muito na recuperação do dependente. A atuação dele também é focada nas questões gerais de saúde. Solicita exames, prescreve medicações, trata dos sintomas (exemplo), encaminha para outras especialidade, acompanha o desenvolvimento, etc.

Psicológico

O psicólogo trabalha mais as questões relacionadas ao comportamento, às emoções, à motivação, aos relacionamentos sociais (trabalho, casamento, família, amigos) e em como cada um desses aspectos relaciona-se com o uso de substâncias. Ele tem um papel fundamental no sentido de auxiliar a pessoa a encontrar alternativas para lidar com a vida sem drogas. Cabe também a esta especialidade a terapia familiar, geralmente conduzida por outro profissional da equipe que não aquele que atua diretamente com o paciente.

Orientação e Terapia familiar

Este tipo de intervenção muitas vezes é indispensável. Ela ajuda os familiares a reavaliarem sua postura frente a pessoa dependente química. Além disso, é uma forma dos familiares receberem apoio e amparo.

Internação em Pronto Socorro

Está é recomendada nos momentos de intoxicação, agressividade e na síndrome de abstinência. Essa internação é em geral de no máximo 24 horas, podendo ser prolongada caso seja avaliada a necessidade de internação para tratamento dos sintomas da síndrome de abstinência, da dependência ou de outras doenças relacionadas.

Internação em Hospital

Muitas pessoas (pacientes, familiares e mesmo profissionais de saúde) acreditam que a internação é o melhor ou o único tratamento, e que o paciente estará curado ao receber alta. Isso não é verdade. A internação é apenas uma parte do tratamento que pode até não ser necessária. Basicamente, os resultados de uma internação são a melhoria das condições gerais de saúde do paciente (alimentação, sono, etc.), a desintoxicação com supervisão médica, e a aplicação de medicamentos para alívio dos sintomas da síndrome de abstinência. Desintoxicar significa eliminar a droga do organismo e não remover a dependência. A internação é uma opção bastante adequada nas seguintes circunstâncias: a) quando existe o risco da suspensão do uso da substância gerar uma síndrome de abstinência grave; b) quando a pessoa deseja ser internada; c) quando o uso de substâncias está associado a sintomas psiquiátricos, tais como psicoses, agitações intensas, comportamentos agressivos ou risco de suicídio.

Tratamento Ambulatorial

Neste a pessoa fica em casa, medicado para alívio e controle dos sintomas de abstinência (quando necessário), mantém suas atividades, e faz visitas freqüentes a um ambulatório especializado para acompanhamento terapêutico, no qual ela tem consultas com o médico e com o psicólogo. A grande vantagem deste tipo de acompanhamento é que a pessoa continua em seu ambiente social, sem interromper suas atividades (sendo necessário um período de readaptação) e têm chances de experimentar e enfrentar as situações de risco e as "fissuras" no seu cotidiano.

Internação em Comunidade Terapêutica

Geralmente é um lugar (uma fazenda ou um sitio) onde as pessoa ficam internadas por vários meses (de três a nove). A recuperação baseia-se no trabalho, na religião e em grupos de auto-ajuda. O problema deste tipo de intervenção é similar ao da internação, a pessoa fica isolada de sua vida cotidiana e tem grandes chances de recair ao sair e enfrentar a realidade de sua vida.

O tratamento mais indicado surge após algumas conversas e tentativas, e envolve a participação do dependente, da família e da equipe de profissionais responsável.

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