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OS 12 PASSOS DE NARCÓTICOS ANONIMOS - PASSO ONZE


 
PASSO ONZE 

“Procuramos, através de prece e meditação, melhorar o nosso contato consciente com Deus, da maneira como nós O compreendíamos, rogando apenas o conhecimento da Sua vontade em relação a nós e o poder de realizar esta vontade.” 


Os primeiros dez passos prepararam o terreno para melhorarmos o nosso contato consciente com o Deus da nossa compreensão. 


Eles nos dão a base para alcançarmos as nossas metas positivas que, há muito, buscamos. 


Entrando nesta fase do nosso programa espiritual, através da prática dos dez passos anteriores, a maioria de nós acolhe de bom grado o exercício da prece e da meditação. 


Nosso estado espiritual é o alicerce de uma recuperação bem sucedida, que oferece crescimento ilimitado. 


Muitos de nós começam realmente a apreciar a recuperação, quando chegam ao Décimo‐Primeiro Passo. 


Neste passo, nossas vidas adquirem um significado mais profundo. 


Deixando de controlar, ganhamos um poder muitíssimo maior através da rendição. 


A natureza da nossa crença irá determinar a maneira como oramos ou meditamos. 


Só precisamos da certeza de que temos um sistema de crença que funcione para nós. 


Os resultados contam na recuperação. 


Como já foi dito anteriormente, as nossas preces pareceram funcionar, assim que entramos no Programa de Narcóticos Anônimos e nos rendemos à nossa doença. 


O contato consciente, descrito neste passo, é o resultado direto da vivência dos passos. 


Usamos este passo para melhorar e manter o nosso estado espiritual. 


Quando viemos para o programa pela primeira vez, recebemos a ajuda de um Poder maior do que nós.


Isto se deu com a nossa rendição ao programa. 


O objetivo do Décimo‐Primeiro Passo é aumentar a nossa consciência desse Poder e melhorar a nossa capacidade de usá‐la como fonte de força nas nossas novas vidas. 


Quanto mais aprimoramos o nosso contato consciente com nosso Deus, através de prece e meditação, mais fácil fica dizer: “Seja feita a Sua vontade, não a minha.” 


Podemos pedir a ajuda de Deus quando precisamos, e nossas vidas melhoram. 


Nem sempre as experiências dos outros com meditação e crenças religiosas individuais são adequadas para nós. 


O nosso programa não é religioso, é espiritual. 


Quando chegamos ao Décimo‐Primeiro Passo, já identificamos e lidamos com os defeitos de caráter, que nos causavam problemas no passado, através do trabalho dos dez passos anteriores. 


A imagem do tipo de pessoa que gostaríamos de ser é apenas um vislumbre da vontade de Deus para nós. 


Freqüentemente, a nossa perspectiva é tão limitada que só conseguimos ver nossas vontades e necessidades imediatas. 


É fácil recairmos nas nossas velhas maneiras. 


Temos que aprender a manter as nossas vidas numa sólida base espiritual, para assegurarmos a continuidade do nosso crescimento e da nossa recuperação. 


Deus não vai nos impor a Sua bondade, mas poderemos recebê‐la, se pedirmos. 


Geralmente, sentimos uma diferença na hora, mas, só mais tarde, notamos a diferença em nossas vidas. 


Quando, finalmente, tiramos nossos motivos egoístas do caminho, começamos a descobrir uma paz que nunca imaginamos ser possível. 


A moralidade forçada não tem o poder que vem a nós, quando escolhemos uma vida espiritual. 


A maioria de nós reza, quando está com dor. 


Aprendemos que, se rezarmos com regularidade, não sentiremos dor com tanta freqüência ou com tanta intensidade. 


Fora de Narcóticos Anônimos, existem incontáveis grupos diferentes que praticam meditação. 


Quase todos esses grupos estão ligados a uma determinada religião ou filosofia. 


O endosso de qualquer destes métodos seria uma violação das nossas tradições e uma restrição ao direito individual de ter um Deus da sua compreensão. 


A meditação permite que nos desenvolvamos espiritualmente da nossa própria maneira.


Algumas das coisas que não funcionavam para nós no passado poderão funcionar hoje. 


Temos um novo olhar a cada dia, com a mente aberta.


Sabemos que, se rogarmos a vontade de Deus, receberemos o que for melhor para nós, independente do que pensamos. 


Este conhecimento é baseado na nossa crença e na nossa experiência como adictos em recuperação. 


Orar é comunicar nossas preocupações a um Poder maior do que nós. 


Às vezes, quando rezamos, acontece uma coisa impressionante: encontramos os meios, maneiras e energias para realizarmos tarefas que estão muito além das nossas capacidades. 


Alcançamos a força ilimitada que nos proporcionam a oração diária e a rendição, enquanto mantivermos a fé e a renovarmos. 


Para alguns, oração é pedir a ajuda de Deus; meditação é escutar a resposta de Deus. Aprendemos a ser cuidadosos ao rezar por coisas específicas. 


Rezamos para que Deus nos mostre a Sua vontade, e para que nos ajude a realizá‐la. 


Em alguns casos, a Sua vontade é tão óbvia que temos pouca dificuldade em vê‐la. 


Em outros, estamos tão egocêntricos que só aceitaremos a vontade de Deus, após muita luta e rendição. 


Se rogamos a Deus que remova quaisquer influências que nos distraiam, a qualidade das nossas preces geralmente melhora e sentimos a diferença. 


A prece exige prática, e devemos nos lembrar que as pessoas habilidosas não nascem com as suas habilidades. 


Foi preciso muito esforço da parte delas para desenvolvê‐las. 


Através da prece, buscamos o contato consciente com nosso Deus. Na meditação, alcançamos este contato, e o Décimo‐Primeiro Passo nos ajuda a mantê‐lo. 


Podemos ter sido expostos a muitas religiões e disciplinas meditativas, antes de chegarmos a Narcóticos Anônimos. 


Alguns de nós estavam aniquilados e totalmente confusos por causa destas práticas. 


Estávamos certos de que era vontade de Deus que usássemos drogas para alcançarmos uma consciência mais elevada. 


Muitos de nós se encontravam em estados muito estranhos como resultado destas práticas. 


Nunca suspeitamos que os efeitos prejudiciais da nossa adicção fossem a raiz da nossa dificuldade, e seguíamos até o fim qualquer caminho que oferecesse esperança. 


Nos momentos tranqüilos de meditação, a vontade de Deus pode tornar‐se evidente para nós. 


Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com o Deus dentro de nós. 


Uma premissa básica da meditação é que é difícil, se não impossível, alcançar um contato consciente, a não ser que a mente esteja sossegada. 


Para que haja progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. 


Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. 


Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo‐Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. 


O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso. 


Alguns de nós chegaram ao programa quebrados e se agüentaram por um tempo, só para encontrarem Deus ou a salvação em algum tipo de culto religioso. 


É fácil flutuarmos porta afora numa nuvem de fervorreligioso, e esquecermos que somos adictos com uma doença incurável. Diz‐se que, para a meditação ter algum valor, os resultados deverão ser sentidos nas nossas vidas cotidianas. 


Este fato está implícito no Décimo‐Primeiro Passo: “...Sua vontade em relação a nós e o poder de realizar essa vontade.” 


Para aqueles de nós que não rezam, a meditação é a única maneira de trabalhar este passo. 


Rezamos porque nos traz paz e devolve nossa confiança e coragem. 


Ajuda‐nos a viver uma vida livre do medo e da desconfiança. 


Quando removemos os nossos motivos egoístas, e rogamos por orientação, descobrimos sentimentos de paz e serenidade. 


Começamos a vivenciar uma consciência e uma empatia com as outras pessoas, o que não era possível antes de trabalharmos este passo. 


À medida que buscamos o nosso contato pessoal com Deus, começamos a desabrochar como uma flor ao sol. 


Começamos a ver que o amor de Deus esteve sempre presente, apenas esperando que nós o aceitássemos. 


Fazemos o trabalho de base e aceitamos o que nos tem sido dado livremente a cada dia. 


Descobrimos que ficamos mais à vontade com a idéia de confiar em Deus. 


Quando chegamos pela primeira vez ao programa, costumamos pedir muitas coisas que parecem ser vontades e necessidades importantes. 


À medida que crescemos espiritualmente e encontramos um Poder maior do que nós, começamos a perceber que, enquanto as nossas necessidades espirituais forem satisfeitas, os nossos problemas existenciais estarão reduzidos a um nível confortável. 


Quando esquecemos onde reside a nossa verdadeira força, rapidamente ficamos sujeitos aos mesmos padrões de pensamento e ação que primeiro nos trouxeram para o programa. 


Acabamos redefinindo as nossas crenças e nossa compreensão até o ponto de enxergar que a nossa maior necessidade é o conhecimento da vontade de Deus em relação a nós e a força para realizá‐la. 


Conseguimos deixar de lado algumas das nossas preferências pessoais, pois aprendemos que a vontade de Deus em relação a nós consiste nas coisas que mais valorizamos. 


A vontade de Deus para nós torna‐se a nossa própria verdadeira vontade. 


Isto acontece de uma maneira intuitiva, que não pode ser adequadamente explicada em palavras. 


Começamos a sentir vontade de deixar que os outros sejam quem são, sem precisarmos julgá‐los. 


Perdemos a urgência de controlar as coisas. 


No princípio, não podíamos compreender a aceitação; hoje, podemos. Sabemos que Deus nos deu tudo aquilo que precisamos para o nosso bem‐estar espiritual, independente do que o dia nos trouxe. 


É certo admitirmos a nossa impotência, pois Deus é suficientemente poderoso para nos ajudar a nos mantermos limpos e a desfrutarmos o progresso espiritual. 


Deus está nos ajudando a arrumar a casa. 


Começamos a perceber mais claramente o que é real. 


Através do contato constante com o nosso Poder Superior, as respostas que buscamos vêm até nós. 


Ganhamos a capacidade de fazer o que não conseguíamos. 


Respeitamos as crenças dos outros. 


Nós o encorajamos a procurar força e orientação de acordo com a sua crença. 


Somos gratos a este passo, pois começamos a ter o que é melhor para nós. 


Às vezes, rezávamos de acordo com as nossas vontades, e éramos encurralados por elas. 


Podíamos rezar e conseguir uma coisa, e depois ter que rezar pela sua remoção, porque não éramos capazes de lidar com ela. 


Esperamos que, tendo aprendido o poder da oração e a responsabilidade que ela traz consigo, possamos usar o Décimo‐Primeiro Passo como uma diretriz do nosso programa diário. 


Começamos a rogar apenas a vontade de Deus em relação a nós. 


Desta maneira, alcançamos apenas aquilo com que somos capazes de lidar. 


Somos capazes de corresponder e de lidar com isso, pois Deus nos ajuda a nos prepararmos. 


Alguns de nós simplesmente usam a palavra para agradecer a graça de Deus. 


Com uma atitude de rendição e humildade, retomamos este passo, repetidamente, para recebermos a dádiva do conhecimento e da força do Deus da nossa compreensão. 


O Décimo Passo limpa os erros do presente, para que possamos trabalhar o Décimo‐Primeiro Passo. 


Sem aquele passo, seria improvável que pudéssemos experimentar um despertar espiritual, praticar princípios espirituais nas nossas vidas, ou levar uma mensagem capaz de atrair outras pessoas para a recuperação. 


Existe um princípio espiritual de dar aquilo que nos foi dado em Narcóticos Anônimos, para podermos mantê‐lo. 


Ao ajudarmos os outros a se manterem limpos, desfrutamos o benefício da riqueza espiritual que encontramos. 


Temos que dar livremente e com gratidão o que nos foi dado livremente e com gratidão.




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