Pular para o conteúdo principal

OS 12 PASSOS DE NARCÓTICOS ANONIMOS - PASSO TRÊS

 

PASSO TRÊS

“Decidimos entregar nossa vontade e nossas vidas aos cuidados de Deus, da maneira como nós O compreendíamos.”


Como adictos, várias vezes entregamos nossa vontade e nossas vidas a um poder destrutivo.


Nossa vontade e nossas vidas eram controladas pelas drogas. 


Fomos capturados pela necessidade de satisfação imediata que as drogas nos davam. 


Durante esse período, todo nosso ser — corpo, mente e espírito — estava dominado pelas drogas. 


Por algum tempo, isto nos deu prazer; depois, a euforia começou a desaparecer e vimos o lado horrível da adicção. 


Descobrimos que, quanto mais alto as drogas nos levavam, mais para baixo elas nos deixavam na volta.


Encaramos duas escolhas: ou sofrer a dor da retirada das drogas ou tomar mais.


Para todos nós, chegou o dia em que já não havia mais escolha: tínhamos que usar. 


Com nossa vontade e nossas vidas entregues à nossa adicção, e em total desespero, procuramos um outro caminho. 


Em Narcóticos Anônimos, decidimos entregar nossa vontade e nossas vidas aos

cuidados de Deus, da maneira como nós O compreendemos. 


Este é um passo gigantesco. 


Não precisamos ser religiosos; qualquer um pode dar este passo. 


Só é preciso boa vontade. 


Só é essencial abrirmos a porta para um Poder maior do que nós.


Nosso conceito de Deus não vem de um dogma, mas daquilo em que nós acreditamos e que funciona para nós. 


Muitos de nós compreendem Deus, simplesmente, como sendo aquela força

que nos mantém limpos. 


O direito a um Deus, da maneira que você compreende, é total e

irrestrito. 


Por termos este direito, precisamos ser honestos a respeito da nossa crença, se

quisermos crescer espiritualmente.


Descobrimos que tudo o que precisávamos fazer era tentar. 


Quando fizemos nossos melhores esforços, o programa funcionou para nós, como havia funcionado para tantos outros. 


O Terceiro Passo não diz que “Entregamos nossa vontade e nossas vidas aos cuidados de Deus.” 


Diz que “Decidimos entregar nossa vontade e nossas vidas aos cuidados de Deus, da maneira como nós O compreendíamos.” 


Nós decidimos; não foram as drogas, nossas famílias, uma autoridade, um

juiz, um terapeuta ou um médico. 


Fomos nós que decidimos! 


Pela primeira vez, desde aquela primeira onda, tomamos uma decisão por nós mesmos.


A palavra decisão implica ação. 


Esta decisão é baseada na fé. 


Precisamos apenas acreditar que o milagre que vemos acontecer nas vidas de adictos em recuperação pode acontecer a qualquer adicto que tenha o desejo de mudar. 


Percebemos apenas que existe uma força para o crescimento espiritual, que pode nos ajudar a sermos mais tolerantes, pacientes e úteis para ajudar os outros.


Muitos de nós disseram: “Tome minha vontade e minha vida. Oriente‐me na minha recuperação.


Mostre‐me como viver.” O alívio de “abrir mão e entregar a Deus” ajuda ‐nos a desenvolver uma vida que vale a pena viver.


A rendição à vontade do nosso Poder Superior vai ficando mais fácil com a prática diária.


Quando tentamos honestamente, funciona. 


Muitos de nós começam o dia com um simples pedido de orientação do seu Poder Superior.


Apesar de sabermos que a entrega funciona, podemos ainda tomar nossa vontade e nossa vida de volta. 


Podemos até ficar com raiva porque Deus o permite. 


Há momentos na nossa recuperação em que a decisão de pedir ajuda a Deus é a nossa maior fonte de força e coragem.


Nunca é demais tomar esta decisão. 


Nós nos rendemos calmamente, e deixamos que o Deus, da maneira que compreendemos, cuide de nós.


A princípio, as nossas cabeças não paravam com perguntas: “O que vai acontecer quando eu entregar a minha vida? Ficarei perfeito?” 


Talvez tenhamos sido mais realistas. 


Alguns de nós tiveram que ir até um membro de NA experiente e perguntar: “Como é que foi com você?” 


A resposta varia de membro para membro. 


A maioria de nós sente que as chaves deste passo são mente aberta, boa vontade e rendição.


Rendemos nossa vontade e nossas vidas aos cuidados de um Poder maior do que nós. 


Se formos rigorosos e sinceros, perceberemos uma mudança para melhor. 


Nossos medos são diminuídos e a fé começa a crescer, à medida que aprendemos o verdadeiro significado da rendição. 


Não estamos mais lutando contra o medo, a raiva, a culpa, autopiedade ou depressão.


Percebemos que o Poder que nos trouxe para este programa ainda está conosco, e continuará nos guiando se O deixarmos. 


Começamos lentamente a perder o medo paralisante da desesperança.


A prova deste passo é a maneira como vivemos.


Passamos a apreciar a vida limpa e queremos mais das boas coisas que a Irmandade de NA tem para nós. 


Sabemos, agora, que não podemos parar no nosso programa espiritual; queremos

tudo o que pudermos conseguir.


Agora estamos prontos para a nossa primeira auto‐avaliação honesta, e começamos o Passo Quatro.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

GREA - Programa do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas

Apresentação Sediado no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, o GREA - Programa do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas, vem desenvolvendo trabalhos na área de pesquisa, ensino, assistência e prevenção de álcool, tabaco e outras drogas desde 1981. Seu método se caracteriza por uma abordagem multidisciplinar, com equipe formada por psiquiatras, psicólogos, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo. O grupo é considerado hoje como Centro de Excelência para Tratamento e Prevenção de drogas, pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas - SENAD. Missão O GREA tem a missão de fornecer soluções viáveis para problemas de saúde relacionados ao uso indevido de drogas, para usuários e familiares, comunidade acadêmica, instituições governamentais, de ensino, empresas e demais interessados na área, atendendo suas necessidades e excedendo suas expectativas através do desenvolvimento de pesquisas, de oferta ...

OS 12 PASSOS DE NARCÓTICOS ANONIMOS - PASSO UM

PASSO UM “Admitimos que éramos impotentes perante a nossa adicção, que nossas vidas tinham se tornado incontroláveis.” Não importa o que ou quanto nós usávamos. Em Narcóticos Anônimos, estar limpo tem que vir em primeiro lugar.  Percebemos que não podemos usar drogas e viver.  Quando admitimos nossa impotência e inabilidade para dirigir nossas próprias vidas, abrimos a porta da recuperação.  Ninguém conseguia nos convencer de que éramos adictos. Nós mesmos temos que admiti‐lo.  Quando algum de nós fica em dúvida, ele se pergunta: “Posso controlar o uso de substâncias químicas que alterem de alguma forma minha mente ou meu humor?”  A maioria dos adictos perceberá imediatamente que é impossível controlar.  Seja qual for o resultado, descobrimos que não podemos usar controladamente por qualquer período de tempo.  Isto claramente sugeriria que um adicto não tem controle sobre as drogas. Impotência significa nos drogarmos contra a nossa vontade.  Se nã...

Entenda o que é a internação compulsória

O Governo do Estado deu início à parceria com o Ministério Público, o Tribunal de Justiça e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para plantão especial no Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas) para atendimento diferenciado aos dependentes químicos . Em casos extremos, a Justiça pode decidir pela internação compulsória do dependente . Para entender melhor o que é o programa e qual o objetivo da ação, a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania preparou um guia com perguntas e respostas. 1) A internação compulsória está prevista em lei? Sim. Quando a pessoa não quer se internar voluntariamente, pode-se recorrer às internações involuntária ou compulsória, definidas pela Lei Federal de Psiquiatria (Nº 10.216, de 2001). § Internação involuntária : de acordo com a lei (10.216/01), o familiar pode solicitar a internação involuntária, desde que o pedido seja feito por escrito e aceito pelo médico psiquiatra. A lei determina que, nesses casos, os respo...