PASSO DOIS
“Viemos a acreditar que um Poder maior do que nós poderia devolver‐nos à sanidade.”
O Segundo Passo é necessário se esperamos alcançar uma recuperação contínua.
O Primeiro Passo deixa‐nos a necessidade de acreditarmos em algo que nos ajude com nossa impotência, inutilidade e desamparo.
O Primeiro Passo deixou um vazio em nossas vidas.
Precisamos encontrar alguma coisa para preencher esse vazio.
Este é o propósito do Segundo Passo.
Alguns de nós, a princípio, não levaram este passo a sério; passamos por ele com pouco interesse, para constatarmos depois que os passos seguintes não funcionavam até que trabalhássemos o Passo Dois.
Mesmo quando admitiam precisar de ajuda para o seu problema com drogas, muitos de nós não admitiam a necessidade de fé e sanidade.
Temos uma doença: progressiva, incurável e fatal.
De uma maneira ou de outra, fomos lá e compramos a nossa destruição a prestações!
Todos nós, do drogado que rouba bolsas na rua à doce velhinha que consegue arrancar receitas de dois ou três médicos, temos uma coisa em comum: buscamos nossa destruição de grama em grama, de comprimido em comprimido, ou de garrafa em garrafa, até à morte.
Isto é pelo menos parte da insanidade da adicção.
O preço pode parecer maior para o adicto que se prostitui por um pico do que para o adicto que apenas mente para o médico.
No fim, ambos pagam pela doença com suas vidas.
Insanidade é repetir os mesmos erros, esperando resultados diferentes.
Quando chegam ao programa, muitos de nós percebem que voltaram a usar inúmeras vezes, mesmo sabendo que estavam destruindo suas vidas.
Insanidade é usarmos drogas dia após dia, sabendo que o único resultado é a nossa destruição física e mental.
A insanidade mais óbvia da doença da adicção é a obsessão de usar drogas.
Pergunte a você mesmo: Acredito que seria insano pedir a alguém “Por favor, me dê um ataque do coração ou um acidente fatal?”
Se você concordar que isto seria insano, não deverá ter qualquer problema com o Segundo Passo.
Neste programa, a primeira coisa que fazemos é parar de usar drogas.
Neste ponto, começamos a sentir a dor de viver sem drogas ou algo que as substitua.
A dor nos força a buscar um Poder maior do que nós, que possa aliviar nossa obsessão de usar.
O processo de vir a acreditar é parecido para a maioria dos adictos.
Faltava à maioria de nós um relacionamento prático com um Poder Superior.
Começamos a desenvolver este relacionamento simplesmente admitindo a possibilidade de um Poder maior do que nós.
A maioria de nós não tem dificuldade de admitir que a adicção havia se tornado uma força destrutiva em nossas vidas.
Nossos melhores esforços resultavam em destruição e desespero cada vez maiores.
Chegamos a um ponto em que percebemos que precisávamos da ajuda de algum Poder maior do que a nossa adicção.
A nossa compreensão de um Poder Superior fica a nosso critério.
Ninguém vai decidir por nós.
Podemos escolher o grupo, o programa, ou podemos chamá‐lo de Deus.
A única diretriz sugerida é que este Poder seja amoroso, cuidadoso e maior do que nós.
Não precisamos ser religiosos para aceitarmos esta idéia.
O importante é abrirmos nossas mentes para acreditar.
Podemos ter dificuldades, mas mantendo a mente aberta, mais cedo ou mais tarde, encontramos a ajuda necessária.
Falamos e ouvimos os outros.
Vimos outras pessoas se recuperando, e elas nos disseram o que estava funcionando para elas.
Começamos a ver evidências de um Poder que não podia ser explicado completamente.
Confrontados com esta evidência, começamos a aceitar a existência de um Poder maior do que nós.
Podemos usar este Poder muito antes de compreendê‐lo.
À medida que vemos coincidências e milagres acontecendo em nossas vidas, a aceitação se transforma em confiança.
Crescemos a ponto de nos sentirmos à vontade com o nosso Poder Superior como fonte de força.
À medida que aprendemos a confiar neste Poder, começamos a superar o nosso medo da vida.
O processo de vir a acreditar devolve‐nos à sanidade.
A força para agir vem desta crença.
Precisamos aceitar este passo para começarmos a trilhar o caminho da recuperação.
Quando a nossa crença estiver fortalecida, estaremos preparados para o Passo Três.
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